terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Céu nublado

Céu nublado de Copacabana
Suaves nuvens etéreas
Que nos cobrem
Como edredom
E nos envolvem
Fazendo do mundo
Nossa grande cama
Vamos nos amando
Por aí
Sempre cobertos
Me beija agora?

Gabriela Tavares
12/01/2011 - 23:58




Limites do corpo

Meu corpo é seu corpo
Estando assim
Tão misturados
Depois das muitas visitas
Que fizemos nos corpos
Um do outro
Nos transformamos
Lentamente.
Agora,
Meu corpo é seu corpo
E seu corpo é meu corpo
Não sabendo
Onde um começa
E outro termina
Entrelaçados
Como as metades do infinito
Que eu carrego no pescoço.

Gabriela Tavares
12/01/2011 - 02:05

Sobre coisas tristes

Acabou-se a abertura
A tranquilidade
Presente de certa forma
Mas sempre passageira
Se esvaiu em
Lagrimas de chumbo
Que pesam
Enquanto escorrem
Junto com coisas mortas
Que eram belas
Mas que por falta de alguma coisa
Não sei bem o que
Morreram antes de florescer
Gotas grossas permanescem a escorrer
Dão continuidade
A uma torrente
Que enche o quarto
subindo em mar
cubrindo todas as
Superfícies
Agora encharcadas
Travesseiro virou esponja
E a cama funda
vira leito submerso
Para afogar o que há por dentro
Ou se afogar tentando.

Gabriela Tavares
10/01/2011 - 02:30

A ponte entre dois universos

O que temos é incomum
Nos tira de nosso normal
Que nos é tão confortável
Como podemos não ficar confusos?
Quanto nossos universos se chocam
E não apenas se encontram
Como estávamos acostumados
O amor entre dois poetas é complicado.
Como poderia deixar de ser?
São duas pessoas
Que sentem demais
E loucas
Tentando se relacionar
Em meio a textos,
Poemas,
Crônicas
Personagens
E suas próprias vidas
Que giram em um
Turbilhão
De luz e de sombras.
Mas o mais importante
Que não pode ser esquecido
É que o amor em si já é lindo
Então
Imagine o amor
Entre duas pessoas que criam.
Nossos universos particulares
Se chocam, sim
Se retraem
E voltam a se bater
Como a minha caneta
Bate no papel agora.
Como meu coração bate
No mesmo ritmo que o seu
Quando estamos deitados
Juntos
Na cama
Que se torna uma ponte
Entre você
E eu.

Gabriela Tavares
09/01/2011 - 05:04

Dormindo

Pra onde você vai quando dorme?
Ausenta-se de mim
Estando ao meu lado
Indo talvez para um lugar
Onde as coisas não sejam tão
Dificeis
Ou tão complicadas
Como são aqui
Nesse nosso mundo real.

Gabriela Tavares
08/01/2011 - 12:38

Na minha pele

Escrevo na minha pele
Enquanto aguardo
Sua caneta
Que desejo novamente
Bem aqui nessa pele
Já fiz de mim um quadro
Agora espero pra ser um livro
Seu livro
Que anda, fala, cria
Obra testemunha
De você.

Gabriela Tavares
07/01/2011 - 04:00

Displacement

Acho que não estamos no mesmo lugar
Enquanto eu estou aqui
Você está em algum outro lugar
Nossos desencontros
Só existem num mundo hipotético
Pois estamos juntos
Geograficamente falando.

Em nossa geografia
Misturada
Pausamos, esperando sempre
Um o passo do outro
Você andou? Não sei
Eu andei
Cá estou a caminhar
E você, aqui comigo
Paralelo
Ou talvez não
Pode ser que só pareça assim
Como os olhos de quadros
Que parecem te seguir.
Onde estão seus olhos?
Eles vagam
Ou estão nos meus?

Gabriela Tavares
07/01/2011 - 03:28

Dúvida

Aqui estou
Calada
Esperando
Aguardo coisas que não vão chegar...
Ou vão?
Não sei
Nunca sei
Tem um ponto de interrogação de 3 metros
Iluminado em neon
Sempre acima da minha cabeça
Nunca saio de minhas incertezas
O que é injusto
Porque eu sou até bem certa
Tudo que quero
Desejo de verdade
Mas o ponto de incerteza
Não reside em mim
O ponto de interrogação só aumenta
E haverá o dia que
Eu não poderei mais carregá-lo
Quando esse dia chega?
Não sei.

Gabriela Tavares
07/01/2011 - 03:48

Curta

Só faz sentido se você estiver lá
Não adianta tentar entender
Sendo que a história que não é vivida
Não é completa
Nem as lembranças são completas
Só o momento em si
É eterno.

Gabriela Tavares
04/01/2011 - 02:20

A Ninfa e o Sátiro

É engraçado, amor
Que nós somos a soma dos nossos poemas
Sendo eu a ninfa e você o sátiro
Numa mata qualquer
Perto de um Mar onde a Vênus nasceu
Levantamos nossos braço para a Lua
De mãos dadas
Pedindo benção para nossos rituais.

Gabriela Tavares
04/01/2011 - 02:16

Curta

Não quero só chama que arde
Nem a loucura de um coquetel de endorfina
Quero o calor de algo constante
Um amor tranquilo
A se construido
Paso a paso.

Gabriela Tavares
03/01/2011 - 00:06

Atualização

Fiquei bastante tempo sem postar no blog e nesse meio tempo estive escrevendo bastante e desenvolvendo alguns projetos. Então, para me redimir, posto agora a maioria dos meus poemas.
Até.
Gabriela Tavares

Curta


A panela de água ferve
Num turbilhão
que traz a tona
emoções submersas.

Gabriela Tavares

27/12/2010 - 17:43