segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Na cama comigo.

Quem vai comigo pra casa hoje?

Não quero mais conversa com o amor. Ele me morde. Não me deixa ter uma noite de sossego. Sempre me violenta, meu amor é exigente. Se olho para o lado ele puxa seu chicote e me lambe com pontas de ferro quente. Não sou mais uma mulher...sou um buraco negro de formas femininas no meio do mundo. E o amor? Ele existe, enrroscado em minhas pernas. Acaricia minhas feridas. Beija meus olhos fundos. E é o único que dorme comigo todas as noites.


10/11/2011
 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Acho que eu passo tempo demais na rua

"Vamos dormir agora?"
Eu pergunto ao meu eu duplo
Que anda comigo pelas ruas
Com seus tijolos e muros
Que unidos
Compoe casa
Com telhado de céu
E chuveiro de chuva
Não tem cadeira
Só a cama sempre mudando de lugar
E o líquido
E a Lua que apagamos antes de dormir.

07/10

Esvaziando aos poucos

Não tenho mais palavras
Apenas carrego meus olhos
E pedaços do coração que eu desenho
Inteiro
Sinto a Lua na pele
E o ar da noite
Que congela tudo
Menos a casca que eu carrego
Por fora.

07/10

Duas Gabrielas numa mesa de bar

Com toda noite pela frente
Para beber
E brindar aos livros e aos garçons
Que são sua compania
Inseparável
Uma Gabriela com outra
Unidas pela antropofagia líquida
E a vontade de consumir a si mesma.
07/10

Olhos negros

A noite é escura.
A luz ausente das estrelas
brilha
Mesmo que não ilumine nada
E todo resto é escuro junto com a noite

Olhos escuros
Cabelos escuros
E com o coração imerso em sombras.

07/10

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

As coisas que deixamos em suspenso

Não queria ficar com essa pendência
O poema não lido
Uma conversa em suspenso
a vida segue em frente
o que fica?
pendências
a calcinha esquecida na gaveta de cuecas
alguns livros
um par de chinelos velhos
um caderno cheio de poemas não publicados
e aquele gosto
de ferro na boca
as vezes eu queria ser tão dura
quanto a minha caneta
olho no espelho e quase vejo
sempre o quase
e o grito que eu não dei
tantos anos atrás
do meu primeiro amor
quando ainda era uma menina.
 
05/10
 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Between night and morning

As I crawl to my bed
I can feel you in the insides of my thighs
And even if you are not
You linger
Closer
Every night
But still not here.

And as I lie
Sleepless
I can hear you breathing on my pillow
Sometimes I think I can almost touch you
As if you were right there
Behind the tissue of the world.

Half-awake
I feel my nails dig the skin of your back.

Can you feel me?

04/10

sábado, 24 de setembro de 2011

Hiperpassionalidade preocupante

Não sei o que fazer com o que eu sinto.

E todos esses textos, essas poesias, são gotas que eu derramo pra não transbordar. O mundo continua igual e meu texto só afeta sua autora. Neil Gaiman fala em um livro que todos somos ilhas e eu penso que ele está certo. Eu nunca vou ser um continente e, com esse espaço limitado, o que eu vou fazer com esse amor que me consome. Não falo exatamente de amor por um homem ou outro mas de todo esse potencial do que poderia ser. Eu poderia ser mulher de alguém, mãe...não agora mas no futuro. Parece que tudo que sei fazer é amar. Pra essa noite eu só queria não dormir sozinha. Sabe, desde que me acostumei a ter um amor do lado nunca mais consegui dormir sozinha da mesma forma. E agora, a maior parte das noites eu nem durmo mais. Passo horas matanto tempo, só me deito quando o galo da vizinha canta. E tenho bebido tanto. Nada preocupante mas parece que eu só durmo quando chego alta em casa. E o céu pesa em cima de mim. E ele me ignora, não liga se o peso de carregá-lo me dobra. O que me leva a escrever agora. Com certa "hiperpassionalidade preocupante"...É, acho que muito passional sim. Mas eu enlouqueço todo dia no papel, só pra continuar tentando sorrir durante o dia.

25/09

Retrato de uma angústia

Sangue, saliva e porra escorriam pelas coxas enquanto a moça se levantava da cama para tomar um banho. Mais uma noite de excessos passara e mais um dia de trabalho se seguia. Os detalhes de seu sonho esvaiam-se aos poucos deixando apenas a sensação de que não tinha sido de todo ruim.
Eram três os tipos de sangue que escorriam. O primeiro era o da sua menstruação, que descia como sempre com a sua precisão suíça. O segundo era o sangue interno de pequenas feridas que ser furor a levava a não evitar. E o terceiro sangue, metafórico, era o que pingava de seu coração. Que apesar de distante, do outro lado da caixa toráxica, deixava ainda assim que seu sangue se juntasse a seus companheiros fugidios.

Os minutos continuavam a se arrastar enquanto ela começava sua rotina diária, já automática. Levantar, desligar o despertador, tirar a camisola suada, entrar no banho, ligar o chuveiro, passar o sabão - dor, feridas abertas - tirar o sabão, se secar (com cuidado), colocar a calcinha de algodão, escolher o vestido, pentar o cabelo, almoçar, escovar os dentes, pegar a bolsa e as chaves, sair pro trabalho.

No metrô, depois de todo esse processo da manhã, ela observava as pessoas ou lia um livro. Qualquer coisa para escapar da própria vida. Dezoito estações depois a vida recomeçava e assim seguia o dia no trabalho.

Uma semana passou e agora eram somente dois os sangues. O das feridas qie ela não se dava o tempo para deixar fechar e o do coração pingando, pingando.

Escreveu um dia em seu caderno: "O amor escorre de dentro de mim num fluxo sem pausa, vermelho. Sem sangue não existe amor." Mas depois não mostrou a ninguém. Nunca achou que alguém se interessaria por umas frases estúpidas sobre amor e sangue. Com certeza acabariam rindo dela, ela pensaria se conseguisse sair do seu tupor o suficiente para ligar para o que os outros pensavam.
O contínuo sangrar de sua alma e corpo acabaram por gerar nela uma dormência - é, acho que essa é a melhor palavra - que não a abandonava nunca. Na verdade nem chegava a ter consciência dela. Só sabia que quase todo dia fazia um desenho no pulso, uma linha com a caneta.
As feridas fecharam porque seu amor estava longe, passou alguns dias sem vê-la. Agora só um sangue escorria e não havia mais saliva e nem porra. Estava vazia, só o sangue do coração continuava a pingar. Angústia. Se olhou no espelho. Respirou fundo e fez o corte. Agora o sangue do seu coração tinha parado de gotejar pelas suas coxas. Jorrava livre (finalmente) pelo pulso, que cansado do teatro da caneta, agora se via feliz.

E ela conseguiu finalmente sentir alguma coisa.

12/02/2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Amour

Abro os olhos e vejo

Minhas garras

arranhando carne quente

Sinto algo se mover

Por debaixo da minha pele

o amor

coberto de sangue e vermelho

ruge

por mais

mais sangue

mais carne

e se meus cortes não são suficientes

ele aumenta a ferida que eu tenho por dentro

me deixa exposta

mais sangue

e o que é o prazer sem o sangue

além de uma recompensa vazia

as vezes eu quero parar

porque machuca

mas o amor não me deixa

e mesmo se quisesse me deixar

eu o envolveria com braços e pernas

como faço com os homens

e amarraria ele em mim

porque enquanto ele me consome

me comendo aos poucos

eu como ele também.



23/09
 

Meio que inspirada na música Amour Amour do Rammstein e em todos os desejos violentos que nós carregamos por dentro

Milhagem

"Já são quase 5 da manhã..."

Foi o que pensou ao olhar o relógio. Mais uma noite sem dormir. Mais quilômetros andados. Milhagem a toa...Pois sempre acaba andando atrás do que não existe, como tranquilidade. Não consegue dormir. E se ocupa pela noite, costura, vê TV, lê. Não importa. Sente a cama vazia esperando. Outro dia dormiu no sofá só pra não ver a cama. As vezes o desejo por um espaço próprio sufoca. Mas continua tendo mais do mesmo. Olha o relógio, com cansaço e pensa:

"Já são quase 5 da manhã..."

23/09/2011
Escrito nas ruas da Lapa em mais uma dessas madrugadas sem fim...e admito que estava meio alta.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Cor do dia

Essa noite tive um sonho vermelho.

Acordei num mundo cinza com as nuvens baixas
mas vermelho ainda era a cor do dia
vermelho era o filtro por trás dos meus olhos
vermelhas são as pontadas de dor que me assaltam
vermelho é o sangue que escorre por dentro da minha boca
num gosto de ferro e e de cor
violento
que eu não consigo tirar.

Talvez amanhã eu tenha um dia azul-escuro.
14/09/2011
 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Poemas esquecidos no celular 2

Todas as músicas são sobre o amor
E todas as histórias
Os filmes e os livros
Tudo que as pessoas criam
O que escrevem
Tudo acaba sendo um veículo
Para tentar consertar nossa incapacidade natural de lidar com o amor. Então nós criamos um milhão de eufemismos e clichês só para processar a loucura. As vezes eu acho que fazemos isso porque não existem palavras suficientes. Temos que recorrer a imagens. Mas o que descreve o amor? Nada, na minha opinião todo esse esforço que fazemos é fútil e egoísta. O texto só afeta de verdade a vida do próprio autor. Mesmo que outras pessoas se identifiquem com ele. Eu sou egoísta. E você, leitor, também é. Continuamos nossas vidas em meio a convulsões. Batendo uns nos outros só pra sentirmos algo externo ao mundo interior onde estamos todos presos. Do meio da tempestade eu grito. E você escuta de longe.

26/07/2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Poemas esquecidos no celular 1

A aurora se aproxima
E mais uma vez
Insone
A noite amada se transforma em dia
Mais uma noite dedicada
Ao trabalhoso ato de te conhecer
E de me fazer conhecer por você
Meu amor
Em todas as minhas fraquezas
Que misturadas com as suas
Se tornam a força que sempre
Nos empurra
Um ao encontro do outro.
10/01



Atividade que não passa
Em noites febris
Onde ardia
Minha alma
De ira
Mágoa
Aceitação
É assim quando se ama.
11/01



Silêncio
Que explode em meus ouvidos
Emudesse minha boca
Além de qualquer tentativa
De som
Meus olhos mortos são janelas para o infinito
Vácuo do negrume de uma alma esvasiada
Conscientemente
Por um não poder sentir
Laços com a realidade cortados
Remendados
Ao mesmo tempo
Que mortos
Meus olhos se erguem
Para olhar os seus.
11/01



E o que sobra da noite na praia?
Do céu nublado com rasgos de lua?
se tivesse que dizer
Diria
Que o que sobrou foram os dois amantes
se beijaram naquela praia
debaixo daquele céu
e se as estrelas não foram testemunhas
Que culpem as nuvens
pois a lua viu
e também viram essas nuvens egoistas.
Aonde foram os amantes?
18/01

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"Retrato em Preto e Branco"

Fico carregando sua foto comigo
Não porque ela é sua
Mas porque ela me lembra de momentos melhores
E também me lembra
Que tudo acaba.

08/08

Escrevendo numa madrugada

Eu tenho esse amor por dentro
Que não sei onde colocar.

O que eu faço com isso?
O que eu faço com eles?

 
Todos esses homens que eu amei e que não saem de mim. Por que eles não levaram o amor que lhes cabia quando se foram? Por que eu não dei meu amor por eles quando eu parti? Onde está a lógica nessas despedidas e por que, eu me pergunto, ficam em mim esses pedaços de caco de vidro colorido...?Pedaços de imagens de vitral de futuros e presentes que agora não são mais. As vezes eu me acho tão estúpida. E o que eu faço com o amor que tenho por dentro? Onde coloco ele? No próximo homem? Pra que? Por mais da mesma história...Alguns meses bem até tudo começar a ir mal e eu voltar pro mesmo lugar lugar que estou agora. Sentada na minha cama sozinha escrevendo num caderno.
Mas no fim o que me deixa acordada a noite é a pergunta qie rola pela cabeça, arranhando meu crânio, berrando de dentro do meu ouvido. O que eu faço com esse amor todo que eu tenho? Será que devo ir buscar alguém em Paraty...ou ligar prum amor de bar? Talvez ficar bêbada e ligar pra um amor antigo (que provavelmente vai estar com outra garota).
Acho que amanhã vou parar um homem na rua e pedir pra ele se casar comigo. As chances de dar certo são mesmas...
08/08
 

Bebendo sob um céu indiferente



Tem um bilhão de estrelas em cima de mim mas eu não vejo nada.Só o preto/azul-escuro que cobre a Lapa como um cobertor. As luzes ofuscam e agora provavelmente tem um microorganismo pensando a mesma coisa que eu. Não vejo nada...é tudo breu. E um bilhão de estrelas brilham em cima de mim. Alheias a minha presença.

29/07

Sol na praia

O Sol passa através da minha pele
E meus pés cavam na areia
Me ligando mais na terra
Estendo os braços para o céu
E viro uma ponte.

14/07
 

domingo, 17 de julho de 2011

Primeira coisa boa em muito tempo

A vida segue lá fora
Mas as pedras das ruas são como um círculo
Que mantém o mundo de fora.

A vida segue lá fora
Mas volto a Paraty
Como se volta a um
Amante antigo
Que me abraça e
Parece feliz em me ver.

A vida segue lá fora
Mas dentro do quarto
O mundo parou de girar
E se ouvem os bem-te-vis pela manhã
E se vê a Lua a noite
Mas o tempo não passa.

A vida segue lá fora
E eu não quero sair
Desse universo de lençóis e travesseiros
Onde o Sol caminha de mãos entrelaçadas com a Lua
E o Mar se faz sempre presente.

A vida segue lá fora
E eu não quero mais voltar.
11/07


Imagem de Sandy Smith.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

...E eu ando pela rua nessa madrugada fria pensando, quem sabe, em encontrar você. Talvez eu te ache no próximo bar ou na boate da esquina. Cansei da festa onde estava e fico querendo cair na sua cama e não levantar por uns três dias. Te chamar de puto, de filho da puta pra depois te beijar a boca como nunca beijei antes e deitar no seu peito do jeito que a gente fazia. Vamos dormir desconfortáveis...vou roubar seu cobertor do mesmo jeito que você roubou tudo que havia em mim. Mas eu disco o seu número e você não atende. Cair na minha cama é melhor do que cair em uma cama estranha? A minha própria cama acaba estranha na ausência de você. Que eu sinto todo dia no fundo da minha cabeça, por baixo de todas as outras coisas. Especialmente no meio da madrugada.
03/07 04:41
 
 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Achei isso na rua outro dia


Pedaços de amor que a gente encontra espalhados pelo mundo. Quem será que deixou esse? Será que alguém já encontrou algum pedaço meu no chão?

terça-feira, 28 de junho de 2011

Eu queria que você me visse hoje.

Estava me sentindo tão bonita quando saí de casa pro trabalho. Me vesti num estilo diferente e fiz um penteado que acho que você ia gostar. Andei pela rua pensando: "Será que encontro com ele?" - Besteira...por que ele estaria ali? A casa dele é tão longe da minha e nossos caminhos nunca se cruzam.Na verdade a única coisa comum que tínhamos era mesmo nós dois. Nada mais nos liga. Não temos os mesmos amigos, nem frequentamos a mesma faculdade e para que não nos vejamos mais basta não ir nos mesmos eventos de poesia. Essa vida é engraçada de tão triste. E quando acho que as coisas estão melhorando, vejo o quanto estava errada e que na verdade minha cabeça está tão fudida que eu nem percebo mais quando estou deprimida. As músicas não ajudam e muito menos os filmes estúpidos que estão sempre passando na TV.

Acordo todo dia vendo meu coração pregado na parede, diante dos meus olhos. Eu podia guardar ele numa gaveta qualquer mas me recuso a fazer isso. Ele tem que continuar ali como uma constante lembrança.

De que meus olhos estão abertos e, mesmo assim, não vejo mais nada.

Do mesmo jeito que você não me vê.
28/06
 

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O Grito

Eu grito porque não tenho mais o que dizer


E porque não tenho mais nada

Só minha voz

Que afogada

Fica se repetindo dentro da minha cabeça.

E nas horas que eu mais sinto falta

É o grito que me acompanha

É ele que conversa comigo.

E quando eu penso que foi embora

Quando é sussurro

Ele volta

Me fazendo tremer

Com uma energia que não tem por onde sair.



O grito ecoa

Mudo

E eu não sei por que ainda não explodi.



Gabriela Tavares
16/06/2001

sábado, 30 de abril de 2011

Prosa poética

Hoje disseram para o mar "Jandira" de Murilo Mendes. Lembrei, como sempre, da primeira vez que ouvi esse poema. Olhava a boca do meu amado, que se movia harmoniosa e dela saia o um dos sons mais lindos do mundo. Sua voz num tom de carinho que há muito não ouço mais.

Meu amor me mostrou que o melhor jeito de ouvir poesia é nua. E nesse estado de graça é que me encontrava, bebendo as palavras e sonhando. A mercê de seus beijos que voavam pelo quarto como mariposas e pousavam em mim. E eu as engolia do mesmo jeito que engolia o resto do amado. Numa vontade louca de consumir o que amo. Roubando-o dele mesmo, pedaço por pedaço. O tendo dentro das minhas pernas, na minha saliva, debaixo das minhas unhas...

Meu amado vive agora no meu corpo misturado em minhas células.

Não sou mais só eu só.

Sem ele eu nunca estou sozinha.


27/04

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Céu nublado

Céu nublado de Copacabana
Suaves nuvens etéreas
Que nos cobrem
Como edredom
E nos envolvem
Fazendo do mundo
Nossa grande cama
Vamos nos amando
Por aí
Sempre cobertos
Me beija agora?

Gabriela Tavares
12/01/2011 - 23:58




Limites do corpo

Meu corpo é seu corpo
Estando assim
Tão misturados
Depois das muitas visitas
Que fizemos nos corpos
Um do outro
Nos transformamos
Lentamente.
Agora,
Meu corpo é seu corpo
E seu corpo é meu corpo
Não sabendo
Onde um começa
E outro termina
Entrelaçados
Como as metades do infinito
Que eu carrego no pescoço.

Gabriela Tavares
12/01/2011 - 02:05

Sobre coisas tristes

Acabou-se a abertura
A tranquilidade
Presente de certa forma
Mas sempre passageira
Se esvaiu em
Lagrimas de chumbo
Que pesam
Enquanto escorrem
Junto com coisas mortas
Que eram belas
Mas que por falta de alguma coisa
Não sei bem o que
Morreram antes de florescer
Gotas grossas permanescem a escorrer
Dão continuidade
A uma torrente
Que enche o quarto
subindo em mar
cubrindo todas as
Superfícies
Agora encharcadas
Travesseiro virou esponja
E a cama funda
vira leito submerso
Para afogar o que há por dentro
Ou se afogar tentando.

Gabriela Tavares
10/01/2011 - 02:30

A ponte entre dois universos

O que temos é incomum
Nos tira de nosso normal
Que nos é tão confortável
Como podemos não ficar confusos?
Quanto nossos universos se chocam
E não apenas se encontram
Como estávamos acostumados
O amor entre dois poetas é complicado.
Como poderia deixar de ser?
São duas pessoas
Que sentem demais
E loucas
Tentando se relacionar
Em meio a textos,
Poemas,
Crônicas
Personagens
E suas próprias vidas
Que giram em um
Turbilhão
De luz e de sombras.
Mas o mais importante
Que não pode ser esquecido
É que o amor em si já é lindo
Então
Imagine o amor
Entre duas pessoas que criam.
Nossos universos particulares
Se chocam, sim
Se retraem
E voltam a se bater
Como a minha caneta
Bate no papel agora.
Como meu coração bate
No mesmo ritmo que o seu
Quando estamos deitados
Juntos
Na cama
Que se torna uma ponte
Entre você
E eu.

Gabriela Tavares
09/01/2011 - 05:04

Dormindo

Pra onde você vai quando dorme?
Ausenta-se de mim
Estando ao meu lado
Indo talvez para um lugar
Onde as coisas não sejam tão
Dificeis
Ou tão complicadas
Como são aqui
Nesse nosso mundo real.

Gabriela Tavares
08/01/2011 - 12:38

Na minha pele

Escrevo na minha pele
Enquanto aguardo
Sua caneta
Que desejo novamente
Bem aqui nessa pele
Já fiz de mim um quadro
Agora espero pra ser um livro
Seu livro
Que anda, fala, cria
Obra testemunha
De você.

Gabriela Tavares
07/01/2011 - 04:00

Displacement

Acho que não estamos no mesmo lugar
Enquanto eu estou aqui
Você está em algum outro lugar
Nossos desencontros
Só existem num mundo hipotético
Pois estamos juntos
Geograficamente falando.

Em nossa geografia
Misturada
Pausamos, esperando sempre
Um o passo do outro
Você andou? Não sei
Eu andei
Cá estou a caminhar
E você, aqui comigo
Paralelo
Ou talvez não
Pode ser que só pareça assim
Como os olhos de quadros
Que parecem te seguir.
Onde estão seus olhos?
Eles vagam
Ou estão nos meus?

Gabriela Tavares
07/01/2011 - 03:28

Dúvida

Aqui estou
Calada
Esperando
Aguardo coisas que não vão chegar...
Ou vão?
Não sei
Nunca sei
Tem um ponto de interrogação de 3 metros
Iluminado em neon
Sempre acima da minha cabeça
Nunca saio de minhas incertezas
O que é injusto
Porque eu sou até bem certa
Tudo que quero
Desejo de verdade
Mas o ponto de incerteza
Não reside em mim
O ponto de interrogação só aumenta
E haverá o dia que
Eu não poderei mais carregá-lo
Quando esse dia chega?
Não sei.

Gabriela Tavares
07/01/2011 - 03:48

Curta

Só faz sentido se você estiver lá
Não adianta tentar entender
Sendo que a história que não é vivida
Não é completa
Nem as lembranças são completas
Só o momento em si
É eterno.

Gabriela Tavares
04/01/2011 - 02:20

A Ninfa e o Sátiro

É engraçado, amor
Que nós somos a soma dos nossos poemas
Sendo eu a ninfa e você o sátiro
Numa mata qualquer
Perto de um Mar onde a Vênus nasceu
Levantamos nossos braço para a Lua
De mãos dadas
Pedindo benção para nossos rituais.

Gabriela Tavares
04/01/2011 - 02:16

Curta

Não quero só chama que arde
Nem a loucura de um coquetel de endorfina
Quero o calor de algo constante
Um amor tranquilo
A se construido
Paso a paso.

Gabriela Tavares
03/01/2011 - 00:06

Atualização

Fiquei bastante tempo sem postar no blog e nesse meio tempo estive escrevendo bastante e desenvolvendo alguns projetos. Então, para me redimir, posto agora a maioria dos meus poemas.
Até.
Gabriela Tavares

Curta


A panela de água ferve
Num turbilhão
que traz a tona
emoções submersas.

Gabriela Tavares

27/12/2010 - 17:43

domingo, 2 de janeiro de 2011



Essa música frequentemente me faz chorar. Coloquei a letra ai, aproveitem.

Amour
Die Liebe ist ein wildes Tier
Sie atmet dich, sie sucht nach dir
Nistet auf gebrochenem Herz
Und geht auf Jagd bei Kuss und Kerzen
Saugt sich fest an deinen Lippen
Gräbt sich dinge durch die Rippen
Lässt sich fallen, weiss wie Schnee
Erst wird es Heiss, dann Kalt, am Ende tut es weh

Amour Amour
Alle wollen nur
Dich zähmen
Amour Amour
Am Ende
Gefangen zwischen deinen Zähnen

Die Liebe ist ein wildes Tier
Sie beißt und kratzt und tritt nach mir
Hält mich mit tausend Armen fest
Zerrt mich in ihr Liebesnest

Frisst mich auf mit Haut und Haaren
Und wirbt mich wieder aus nach Tag und Jahr
Lässt sich fallen, weich wie Schnee
Erst wird es Heiss, dann Kalt, am Ende tut es weh

Amour Amour
Alle wollen nur
Dich zähmen
Amour Amour
Am Ende
Gefangen zwischen deinen Zähnen

Amour Amour
Alle wollen nur
Dich zähmen
Amour Amour
Am Ende
Gefangen zwischen deinen Zähnen

Die Liebe ist ein wildes Tier
Sie atmet dich, sie sucht nach dir
Nistet auf gebrochenem Herz
Und geht auf Jagd bei Kuss und Kerzen
Frisst mich auf mit Haut und Haaren
Und wirbt mich wieder aus nach Tag und Jahr
Lässt sich fallen, weiss wie Schnee
Erst wird es Heiss, dann Kalt, am Ende tut es weh

Amour Amour
Alle wollen nur
Dich zähmen
Amour Amour
Am Ende
Gefangen zwischen deinen Zähnen

Die Liebe ist ein wildes Tier
In die Falle gehst du ihr
In die Augen starrt sie dir
Verzaubert wenn ihr Blick dich trifft

Die Liebe
Die Liebe ist ein wildes Tier
In die Falle gehst du ihr
In die Augen starrt sie dir
Verzaubert wenn ihr Blick dich trifft

Bitte Bitte, geb' mir Gift
Bitte Bitte, geb' mir Gift
Bitte Bitte, geb' mir Gift
Bitte Bitte, geb' mir Gift

Amor
O amor é um animal selvagem
Ele te respira ele te procura
Ele se aninha sob corações partidos
E vai à caça quando há beijos e velas
Ele chupa com força nos seu lábios
E cava túneis entre suas costelas
Ele cai suavemente como neve
Primeiro ele fica quente então frio por fim ele machuca

Amor Amor
Todos só querem
te domar
Amor Amor
no final
Pego entre seus dentes

O amor é um animal selvagem
Ele morde e arranha e caminha em minha direção
Ele me segura com força com mil braços
E me arrasta para dentro de seu ninho de amor

Ele me devora completamente
E tenta me regurgitar depois de muitos anos
Ele cai suavemente como neve
Primeiro ele fica quente então frio por fim ele machuca

Amor Amor
Todos só querem
te domar
Amor Amor
no final
Pego entre seus dentes

Amor Amor
Todos só querem
te domar
Amor Amor
no final
Pego entre seus dentes

O amor é um animal selvagem
Ele te respira ele te procura
Ele se aninha sob corações partidos
E vai à caça quando há beijos e velas
Ele me devora completamente
E tenta me regurgitar depois de muitos anos
Ele cai suavemente como neve
Primeiro ele fica quente então frio por fim ele

Amor Amor
Todos só querem
te domar
Amor Amor
no final
Pego entre seus dentes

O amor é um animal selvagem
Você cai na armadilha dele
Ele te encara nos seus olhos
Fascinado quando a contemplação dele o atinge

O amor
O amor é um animal selvagem
Você cai na armadilha dele
Ele te encara nos seus olhos
Fascinado quando a contemplação dele o atinge

Por favor por favor me dê veneno
Por favor por favor me dê veneno
Por favor por favor me dê veneno
Por favor por favor me dê veneno

Lichtgestalt - Lacrimosa



Esse é um bom exemplo de como o amor é infeccioso e enlouquece.