Houve um dia em que dei com Clara saindo de sua casa. Cheguei de surpresa e lá estava ela. Inicialmente, curiosa, perguntei o que fazia ali e de repente a compreenção me atingiu. Você andara escrevendo nela. Ainda podia ver a tinta borrada em seu antebraço e os trechos dispersos em suas coxas. Vendo sua consternação voltei-me para sua porta passando por ela sem dizer nem bom dia, eliminando assim sua existencia no plano das coisas dignas de minha atenção.
Te vi na cama, adormecido com a caneta ainda repousando no travesseiro. Pensamentos vis cruzavam minha cabeça e para que não ocorresse uma tragédia decidi me vingar da forma mais completa que podia. Saí de sua casa e vida carregando comigo todas as suas canetas. Tornando-o assim incompleto e tirando de você os meios de voltar escrever em outra que não eu.
Gabriela Tavares
14/12/2010 - em algum momento da madrugada.
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