segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Noite e Manhã

Gosto quando entra em mim
Com a calma calculada
De um homem que sabe o que faz
E me olha nos olhos
Enquanto se coloca
Centimetro por centimetro
Devagar
Pois gosta de me ver trêmula
E só me dá mais quando eu
Imploro
Beija minhas marcas
Se embaraça em meus cabelos
E deixa na minha boca o gosto
De coisas amargas, doces e salgadas
Todas juntas formando
Um novo universo toda vez que me
Beija
Se entranha em mim
Noite a dentro
Até que de manhã
Sou forçada a dizer que
Não posso mais
E diante disso se retira
Me abraça
E me olha dormir
Com todo o jeito de quem sabe
Esperar as coisas boas que estão
Por vir
Me acorda com mordidas na nuca
Exposta
Estou aberta como um livro
Esperando que me leia
Mas a manhã passou e vou embora
Tudo bem,
Outras noites virão
E manhãs também.

Gabriela Tavares
07/11/2010 - 05:44

Inspirado no trabalho do poeta Pedro Cavalcante

2 comentários:

  1. hum.... bom trabalho para os dois! estou com água na boca garota! delícia de... poema! perdoa o comentário? é que não tem como ser sã entra a noite e a manhã...

    ResponderExcluir
  2. Absolutamente lindo e instigante. Uma delícia de poema, roubando as palavras da Alice...

    ResponderExcluir