domingo, 22 de agosto de 2010

Memória

Todo mundo sempre me diz que a minha memória é ótima. Se surpreendem quando eu lembro de detalhes e situações do passado distante. Eu normalmente faço uma piada e agradeço. Gosto da minha memória bizarra. O que as pessoas se esquecem (rs) é que esse meu dom funciona pros dois lados...eu não só me lembro das coisas boas como também me lembro com perfeição das ruins. As vezes nem é tão bom assim se lembrar das coisas boas porque elas geralmente te machucam depois. Então vocês leitores que tem uma memória normal devem agradecer e valorizar o que têm. O esquecimento é sempre subestimado...quem me dera esquecer as coisas. O esquecimento é confortável, feliz, e ignorante. Lindo. Mas esse conforto me é negado. Eu me lembro de tudo. Todas as conversas. Todos os carinhos. Cada vez em que o mundo parecia parar diante de um olhar que durava a eternidade. (escrevi bonito agora heim). E isso quando se está triste é uma merda. Tenho sempre que me policiar porque se eu me permitir entro em um turbilhão de lembranças que não acabam mais. Nenhuma ferida em mim se cura por completo...apesar das coisas eventualmente melhorarem e de tudo acabar sempre ficando bem eu sempre vou me lembrar exatamente do que aconteceu e de como eu me senti e de repente tudo volta e sofro de novo por uma coisa que já passou.
Obviamente eu estou triste agora...mas escrever tem ajudado muito. Eu sempre fui de guardar as coisas e esse colocar pra fora é novo pra mim. Me desculpem se eu soar meio melosa. Talvez eu esteja me tornando uma pessoa mais saudável. Ou pelo menos uma pessoa menos implosiva. De qualquer forma o que me resta fazer é tocar pra frente, ligar meu botão de distanciamento emocional (falarei sobre ele mais tarde) e torcer pra que as memórias boas continuem comigo até a época em que eu irei olhar pra trás...e sorrir.

Gabriela Tavares

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